Pesquisas recentes de arquitetura de rede podem aumentar drasticamente a flexibilidade dos routers.

Na última conferência Netevents (São Francisco), David Newman, presidente da Network Testsalientou bem uma ideia: “os fatores financeiros sempre conduziram a evolução da história das redes”.  Glenn Egens gestor de um programa de investigação no centro PARC, em Palo Alto (EUA), não se sentiu intimidado. Seu trabalha hoje no que seria uma rede na qual o conteúdo, sua denominação, e como é obtido é mais importante do que os endereços de máquinas.

Já há provas de conceito feitas e é muito interessante imaginar uma Internet onde não existam “endereços de origem e destino”, sublinhou o pesquisador. Entra-se em uma série de discussões interessantes sobre como se faz encaminhamento com nomes.

“Mas o importante é que estamos aumentando drasticamente a flexibilidade dos routerslevando-os a incluir uma grande quantidade de memória”, diz . Por isso, a distribuição de cachê e de computação para o router serão elementos chave para executar uma rede centrada no conteúdo, em grande escala.

“Uma das possibilidades é alterar o tipo de tratamento feito, em vez de nos preocuparmos com a rapidez com a qual se faz um mapa de endereços”, explica Egens.

O hardware será importante e as redes centradas em conteúdo deverão incrementar o investimento em hardware.

“O principal desafio será o aumento da velocidade da conexão. Então como serão realizadas as funções de nível superior, como controle de conteúdo, cache, segurança, diante deste ganho de velocidade?”, questiona o responsável.  Parte da solução para isso será a localização da tecnologia de computação, na rede  E outra terá a ver com arquitetura e as camadas da mesma, explica.

Desagregação vertical
Shezhad Merchant, chefe de estratégia da Gigamon aposta na desagregação vertical das redes. Hoje o equipamento está integrado de forma vertical: hardware, sistemas de controlo, aplicações, tudo do mesmo fabricante.

“Acho que a desagregação vai dar origem a uma tremenda oportunidade para inovar. Teremos um conjunto de fornecedores de hardware e haverá inovação aí. Um conjunto diferente de fabricantes oferecerá software de controle, e nesta área também haverá inovação”, diz.
Mas quando se junta todas as camadas há então a necessidade de  resolver problemas, e assim é preciso ter visibilidade sobre a rede. O que leva à necessidade de usar uma matriz de visibilidade.

Maior preocupação com resiliência
Bruce Davie, da VMware, considera que os gestores de redes passarão a se preocupar mais com a facilidade de gerir o hardware, com a resiliência do mesmo e com as capacidades de auto-provisionamento. Os parâmetros de avaliação do software vão mudar.

A caixa branca de Bailey
O CTO da Infoblox, Stu Bailey, começou por apresentar um dispositivo (de outro fabricante) equipado com uma porta Ethernet de 1 Gb. “Com software posso transformá-lo num switch OpenFlow”, explicou, salientando que isso era muito interessante para alguém da área de software.

“Será uma forma de transformar esta caixa branca, remotamente, num firewall, num equilibrador de carga ou num router, ou mesmo numa combinação dessas coisas à medida das necessidades do negócio”. A “caixa” tem quatro portas de Ethernet, e custa 400 dólares toda montada. Baseia-se num Raspberry Pi, equipado com processador ARM, de 35 dólares. E é possível adicionar-lhe uma placa Wi-Fi, por USB.

Assim, há duas peças de hardware que são planos Ethernet de dados e remotamente, a qualquer momento, pode-se mudar as funções de processamento de pacotes nesses planos de dados com o software, usando o protocolo OpenFlow. “Sem tocar no hardware, posso transformá-lo. Isso parece fundamental para nós e acho que vai ser cada vez mais importante para os nossos clientes, porque muda a economia das redes”, explica.

Mas Bailey alerta para o potencial desta ideia de outro ponto de vista.  “As PME não vão escrever o seu próprio código, vão ter de comprar o software de alguém. Isso significa que, pela primeira vez na história, há um mercado independente de software de redes”.

Assim, o responsável prevê a possibilidade de inúmeros licenciados saírem das universidades e usando essas caixas brancas ou sistemas semelhantes, desenvolverem aplicações “que não podemos hoje sequer imaginar”.

Link: http://cio.uol.com.br/tecnologia/2013/08/16/imagine-a-internet-sem-enderecos-de-origem-e-destino/

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